COMPORTAMENTO: Como será o consumidor do mundo pós pandêmico?
Desde que o mundo
mergulhou em tempos pandêmicos todos os setores da sociedade entraram numa
espécie de metamorfose ambulante para se adaptar ou reajustar-se ao chamado
"novo" e que pegou a muitos de surpresa. Mas, nenhum deles precisou
aprender tanto quanto o comércio. As empresas antes acostumadas a ter seu showroom
movimentado com compradores circulando de um lado para o outro de repente
se viram confrontadas ou com a paralisação total de suas atividades. Foi
preciso se adequar às novas metodologias de funcionamento adotadas pelas
autoridades em todas as suas esferas.
Aliado a isso, veio
também o período de recessão provocando mudanças intrínsecas na forma e na maneira
de consumir e comprar. Desta maneira, há que que se pensar que "novo
normal" produziu também novos tipos de consumidores. Aquilo que era
essencial em determinado período já não é mais prioridade e o que alimentava o
desejo de compra já não exercia o mesmo brilho.
A mudança no
comportamento do consumidor veio mesmo para ficar. O SEBRAE – Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas - realizou pesquisas durante
todo este período e identificou as reais necessidades do consumidor moderno. As
etapas mostram sinais de padrão de consumo praticamente ligados a itens de
abastecimento de emergência e suprimentos de saúde.
São elas:
- Crescente interesse
por produtos para a manutenção geral da saúde e bem-estar
- Priorização de
produtos essenciais para a contenção do vírus, saúde e segurança pública
- Armazenamento de
alimentos e uma vasta gama de produtos de saúde
- Aumento das compras
online e diminuição das visitas às lojas
- Viagens de compras
restritas, preocupações com o aumento do preço
- Retorno às rotinas
diárias, mas com cautela renovada sobre a saúde
O BUSCAQUI ouviu consumidores de diversas faixas etárias para
saber que tipo de comportamento eles tem assumido na atualidade. O publicitário
Gustavo Pêgo, de 23 anos afirma que tem priorizado as compras essenciais. “Aquelas
consideradas superficiais tenho repensado no momento de compra. Tenho consumido mais comida e menos roupas,
sapatos e acessórios”, completou.
Para o aposentado
Geoval Rodrigues (61) a prioridade tem sido os produtos alimentícios. "A
gente não sabe o dia de amanhã. Se o comércio fecha ou abre ou quanto tempo
isso pode ocorrer. Sendo assim, eu tenho feito um estoque de alimentos não
perecíveis e ficado mais tranquilo quando as autoridades decretam limites para
o comércio funcionar. Mas tenho até economizado com essa forma de agir. A gente
compra muito o que não precisa" disse.
Nova forma de consumir
O diretor da CDL - Câmara de
Dirigentes Lojistas de Montes Claros, Ernandes Ferreira, explica que teremos
uma nova forma de consumir pós-pandemia, na entrevista a seguir ele dá mais
detalhes:
Buscaqui: Como tem sido o comportamento do consumidor montes-clarense durante a pandemia?
Ernandes: Temos percebido que ele tem procurado mais as compras
online muito em função das medidas restritivas e todos os aspectos neste
sentido a preferência tem sido definitivamente pela compra on-line.
Buscaqui: No período pós-pandemia, este comportamento vai continuar?
Ernandes: A compra online tornou-se uma grande alternativa sim
e esse método por suas conveniências deve continuar. Mas a possibilidade de
poder retornar ao normal, ou até mesmo de se relacionar com as pessoas e de
poder escolher as coisas usando o tato, que é o que normalmente as pessoas
gostam de fazer, existe uma tendência de que ele realmente retorne ao mundo
físico, até mesmo para a preservação de sua liberdade.
Buscaqui: E como o comércio deve se comportar e agir de agora pra frente para agradar melhor o consumidor?
Ernandes: o comportamento do comerciante e do empresário tem
que ser um comportamento proativo. Quem conseguir se antecipar e enxergar as tendências
se mudanças vai chegar primeiro e certamente beber água limpa. Mas nem todo segmento
possibilita esse planejamento prévio. Sendo assim, o ideal é analisar o dia a
dia do consumidor, de sua preferência aos produtos e desta forma estabelecer a
mudança.
Buscaqui: Então haverá um retorno em massa às lojas físicas em sua opinião?
Ernandes: Embora a preferência seja o virtual, eu tenho uma visão muito particular deste assunto. A possibilidade de visitar e ver as lojas abertas e ter o contato dos produtos, eu vejo uma forte tendência ao retorno do crescimento do comércio presencial.